Mulheres jornalistas pedem aumento da literacia digital

Milena Costa, Coordenadora do FMJIG

Miguel Brás  (Jornal de Angola)

A sociedade civil deve reforçar a literacia digital, de modo a garantir maior segurança digital, defendeu, sexta-feira, em Luanda, a coordenadora do Fórum das Mulheres Jornalistas para a Igualdade no Género (FMJIG).

Milena Costa referiu, à margem de uma acção formativa, que muitos cidadãos têm sido vítimas de burlas por disponibilizarem informações fidedignas nas redes sociais. “Muitos cidadãos têm sido alvo de burlas por distracção. Por isto, temos promovido seminários de género, com vista a combater este mal”, referiu.

“Hoje estamos muito ligados à Internet, então é necessário ter mais cuidado ao manusear estes equipamentos, para evitar ser vítimas de burlas e perfis falsos. As pessoas que não dominam esta matéria devem ter formação sobre segurança digital, para terem conhecimentos dos perigos”, revelou.

Os participantes do seminário, disse, decidiram criar um projecto, de quatro anos, sobre segurança digital.  “A actividade é o culminar de um projecto desenvolvido nos últimos quatros anos sobre segurança digital, numa iniciativa do Centro de Inovação Tecnológica  da Nigéria”, salientou. Até ao momento, avançou, o projecto tem tido “feedback” positivo dos participantes. “Muitos participantes eram inexperientes em matéria de segurança digital, mas hoje, com as formações possuem um maior discernimento”, disse.

Participantes

O estudante do curso de Comunicação Social e Imagem, Zélio Manuel, disse à margem da acção formativa que o seminário foi positivo, em termos de troca de experiência. “Adquiri muitos conhecimentos sobre segurança digital”.

Para Camila Parra, estudante do curso de Engenharia de Construção Civil, o seminário foi bastante proveitoso. “Aprofundei melhor as informações sobre a segurança digital e alguns métodos de prevenção”, disse.


Organização alerta para exposição da mulher

O Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade  no Género (FMJIG) está preocupado com o mau uso das ferramentas digitais, particularmente, na divulgação de dados que expõem as mulheres da pior forma.

Em declarações à imprensa, ontem, a coordenadora do FMJIG disse que tem implementado um projecto de suporte aos cidadãos e às organizações da sociedade civil. O objectivo, esclareceu, foi instruir a população sobre o uso seguro e consciente das ferramentas digitais.

A coordenadora considerou necessário haver mais abordagens sobre a questão do uso seguro e consciente das ferramentas digitais, tendo em conta os males que o mau uso causa às sociedades. A forma como a mulher é exposta nas redes sociais, particularmente, quando tenta defender determinado assunto, lamentou, é a pior.

“Há casos em que ela vê os dados, imagens ou vídeos e outros aspectos íntimos publicados como forma de insulto. Realizámos o seminário como forma de ver as mulheres com mais ferramentas, para a defesa, segurança e salvaguarda da própria imagem”, disse.

De acordo com Milena da Costa, em Angola, o projecto que já decorre há três anos, teve início em Luanda e foi levado para Benguela. A meta, continuou, é chegar a todas as províncias do país. “Desde a implementação do projecto temos recebido, por parte das organizações, um feedback bastante positivo e satisfatório”, realçou.

O Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade no Género é uma organização angolana que promove a igualdade de género, o combate à violência doméstica e o exercício da cidadania, através da Comunicação Social.