Projecto ‘Vozes da Comunidade’ Forma oficiais de comunicação para as ONGs

Mais de 20 oficiais de comunicação das organizações da sociedade civil do distrito urbano do Sambizanga e do município do Cazenga foram formados recentemente pelo projecto Vozes da Comunidade, levado a cabo pelo Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade do Género com o suporte da Embaixada Americana em Angola

Diniz Kapapelo

Ao todo, 26 membros das organizações da sociedade civil beneficiaram desta formação com o objectivo de apoiar as referidas organizações na divulgação de projectos desenvolvidos nas comunidades onde estão inseridas bem como em processos de advocacia através da media.

Antes mesmo da formação que decorreu na sala de reuniões da ONG ADRA estas organizações foram contactadas pela equipa do projecto durante o processo de Mapeamento das organizações da sociedade civil que actuam no distrito urbano do Sambizanga e também no município do Cazenga.

Deste processo, pelo menos 27 organizações foram visitadas para um inquérito e 41 pessoas, de ambos os sexos, dentre elas responsáveis das referidas organizações foram ouvidas.

Caleb Becker, oficial de comunicação da Embaixada Americana, em representação daquela instituição diplomática, chamado a tecer algumas considerações sobre a formação, louvou a participação dos oficiais de comunicação, maioritariamente jovens, referindo que os mesmos devem aproveitar ao máximo as sessões de formação programadas, na medida que serão eles os porta-vozes das suas comunidades e também das organizações pelas quais estão a representar.

Fazendo uma analogia das suas actividades com uma floresta, Becker exemplificou o facto da queda de uma árvore no interior de uma floresta, do qual ninguém daria conta deste facto caso ninguém o reportasse.

“Então, vocês é que devem dar a conhecer esta situação, já que estão inseridos na comunidade e sabem o que se passa nesta mesma comunidade”, sublinhou, reiterando ser um privilégio estar perante um naipe de jovens dispostos em aprender novas técnicas de comunicação em prol as suas comunidades.

De acordo com Ana Maria Tavares Campos, coordenadora da Rede de Desenvolvimento do Género do Distrito urbano do Sambizanga, a avaliação que faz da actividade é positiva, na medida que os participantes aprenderam bastante sobre as novas tecnologias de informação e a comunicação, “que são temáticas muito importantes para nós que trabalhamos com a sociedade civil”.

Em função de muitas organizações ainda não terem um sistema de comunicação eficaz, segundo disse, isso levou-nos a que cada um de nós, enquanto participantes desta formação, aproveitasse ao máximo para levar as boas práticas para as nossas organizações e comunidades”, sustentou.

Noé Sambogue, representante da Liga Jovem, por sua vez, que gostou imenso da apresentação dos conteúdos por parte dos facilitadores designados para esta capacitação, “principalmente porque são pessoas ligadas ao mundo do jornalismo e conseguiram ir no âmago de algumas insuficiências que as nossas organizações e alguns porta-vozes ainda têm”, explicou, para depois realçar que em função do tempo de formação (dois dias) ser insuficiente para limar todas as arestas relativas ao programa da formação, está feliz porque está reservado, no programa, um período para o acompanhamento das organizações.

“Isso deixa-nos mais confortáveis porque sabemos que algumas dúvidas que ainda temos, poderemos dirimi-las durante este período nas nossas organizações”, disse, apelando finalmente ao Fórum de Mulheres Jornalistas e a Embaixada Americana no sentido de continuarem com acções desta natureza para o empoderamento das organizações da Sociedade Civil e também para o bem das comunidades.