Quilenda: Regedor da aldeia de Banza queixa-se da falta de estradas

Regedor Tomás Ito queixa-se do deficiente estado das vias de comunicação

Na aldeia de Banza Cagir, que dista a 12 quilómetros do município da Quilenda, não há registo do abate de árvores para a produção da madeira e carvão, segundo deu a conhecer o seu regedor Tomás Santo Ito.

Ilídio Manuel e João Faria

Segundo ele, a população local não tem recorrido ao carvão vegetal para confeccionar os seus alimentos mas, sim, a lenha proveniente de árvores de pequeno porte.

Com uma população estimada em mais de 4 mil habitantes, a aldeia de Banza produz mandioca, milho, feijão, batata -doce, tomate, couve e ginguba.

“Os familiares dos doentes recorrem às motorizadas para transportar os doentes graves, o que não é sempre aconselhável porque pode piorar o seu estado de saúde”

O regedor Tomás Ito, que tem sob sua jurisdição 12 sobetas, queixa-se do deficiente estado das vias de comunicação que “têm dificultado o escoamento dos produtos agrícolas”.

Enaltece o facto de os camponeses terem recebido sementes do Governo nestes dois últimos anos. Reconhece, porém, que os agricultores têm enfrentado várias dificuldades, nomeadamente a falta de fertilizantes e equipamentos de trabalho, tais como enxadas e catanas. «Precisamos de um tractor para nos ajudar a preparar a terra», suplica.

Questionado sobre o impacto do PIIM, lamentou o facto de que o mesmo não se fazer sentir na sua aldeia porque, segundo ele, não está em curso nenhuma intervenção nas vias de comunicação ou na construção de escolas ou centros de saúde na sua aldeia.

Em matéria de assistência médico-medicamentosa queixa-se da falta de serviços à altura das necessidades, uma vez que o centro de saúde local não dispõe de médicos nem de ambulância, contando apenas com duas enfermeiras. “Sentimos não só a falta de pessoal de saúde, como também de medicamentos”, frisou.

Tomás Ito revela que as doenças mais frequentes na sua aldeia são as diarreias agudas e o paludismo e, no seu entender, estão relacionadas com a má qualidade da água que os habitantes consumem.

“Os familiares dos doentes recorrem às motorizadas para transportar os doentes graves, o que não é sempre aconselhável porque pode piorar o seu estado de saúde”, lamenta.

O regedor deu a conhecer que a aldeia conta apenas com uma escola de sala de aulas que lecciona até a sexta classe. Revela que algumas crianças estudam na escola afecta à igreja católica.

Em relação ao abastecimento de água, diz que o líquido é directamente recolhido do rio e consumida sem o devido tratamento. “Não existe nenhum chafariz, mas alguns furos subterrâneos que estão avariados”. E adiciona: “As motos cisternas, que antes ajudavam no abastecimento de água às populações, de forma gratuita, estão avariadas devido à falta de acessórios”.