O Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), no município da Quilenda, a pouco mais de 30 quilómetros da Gabela, chama a si responsabilidade pelo controlo da flora e fauna selvagem. Mas, por incrível que possa parecer, o órgão afecto ao Ministério do Ambiente, não dispõe de nenhum meio rolante, nem uma bicicleta ou motorizada.
O responsável para a área, o fiscal Júlio Germano diz que o trabalho tem sido feito a pé e de forma muito limitada pelos três únicos fiscais do referido órgão.
Além da falta de meios rolantes, escassez de funcionários, lamenta o facto de o IDF não dispor de instalações próprias e de meios de apropriados para as suas actividades de fiscalização.
Segundo ele, a sua instituição tem autuado alguns garimpeiros, mas isso só tem sido possível graças às denúncias que recebe da população.
“Algumas pessoas de boa-fé têm-nos prestado informações sobre as acções de garimpo. Com recurso às motorizadas procuramos chegar ao local onde os garimpeiros fazem o abate de árvores”, explicou o responsável local do IDF.
Questionado sobre o desfecho dos casos em que foram apanhados os garimpeiros, Júlio Germano revelou que procederam à apreensão dos touros de madeira, de forma a “força-los” ao pagamento das respectivas multas. “Temos mais 4 centenas de touros de madeira apreendidos no nosso município”, pontualiza.
Sobre o destino das coimas afirmou que as mesmas têm dado entrada na Conta Única do Tesouro (CUT) e que nenhuma parte do dinheiro revertia a favor do IDF.
O entrevistado alerta para a necessidade de se dotar o IDF com meios de fiscalização adequados, de contrário “o município corre risco de perder muito dos seus recursos florestais e faunísticos”.
As tentativas de contactar as autoridades locais não foram bem-sucedidas, apesar das garantias dadas pelos administradores da Gabela e Quilenda para o respectivo contraditório. Alegaram que tinham as suas agendas preenchidas.